sábado, 2 de agosto de 2008

Fracasso de Doha ameaça discussão climática e nuclear.

SÁBADO, 02 DE AGOSTO DE 2008
GENEBRA - O fracasso da chamada Rodada de Doha do comércio global afeta o sistema internacional de negociações a ponto de tornar remota a perspectiva de acordos a respeito de outros temas, como o aquecimento global e a proliferação nuclear.
"Se não conseguimos nem administrar o comércio, como vamos nos encontrar em posição de administrar novos desafios, como a mudança climática", disse a comissária de Agricultura da União Européia, Mariann Fischer Boel, depois do colapso das negociações na sede da Organização Mundial do Comércio (OMC), em Genebra, na terça-feira. "É um fracasso com consequências mais amplas do que as que jamais vimos."
Até o final do ano que vem, o mundo precisa definir um tratado climático que substitua o Protocolo de Kyoto, que foi instituído em 1997 e expira em 2012. A exemplo dos acordos comerciais, os pactos climáticos precisam ser adotados por consenso --algo que se mostrou impossível entre os 153 países da OMC.
Assim, o fracasso de Genebra pode ser um mau presságio para a reunião do final de 2009 em Copenhague e para os esforços contra a proliferação nuclear, especificamente no caso do Irã, segundo analistas.
"Isso vai solapar grandemente a confiança na boa-vontade multilateral", disse Mark Halle, do Instituto Internacional para o Desenvolvimento Sustentável. "Ninguém acha que podemos conseguir um tratado climático sem superar a profunda desconfiança no mundo em desenvolvimento." A perspectiva para o tratado climático fica ainda mais complicada diante do fato de que a Rodada de Doha, lançada em 2001 com o objetivo declarado de ajudar os países pobres por meio do comércio, fracassou por causa das divergências entre EUA e grandes países emergentes. O Protocolo de Kyoto só exige reduções das emissões dos gases do efeito estufa por parte dos países desenvolvidos, mas há a expectativa de que o novo tratado preveja cortes também para grandes nações em desenvolvimento.


"Será extremamente difícil (para os países em desenvolvimento) reconstruir sua confiança no sistema multilateral com relação ao desejo dos ricos de fazerem qualquer coisa", disse Halle.
A ascensão de grandes países emergentes, como Brasil, China e Índia, desde o início da Rodada Doha, em 2001, também vai mudar a dinâmica das negociações climáticas, na opinião de Bruce Stokes, pesquisador do Fundo Marshall dos Estados Unidos na Alemanha.
"Certamente a Índia em particular será um ator-chave em Copenhague", disse ele. "As objeções de última hora da China ao acordo de Doha salientam sua influência, que evidentemente será ainda maior."
A Índia resiste particularmente a qualquer exigência de redução de emissões de carbono, e sua posição firme na disputa contra os EUA em Genebra sugere que Nova Délhi terá também pouca flexibilidade nas discussões climáticas.
(Fonte: Agencia Estado - 30 de julho de 2008 - ROBIN POMEROY - REUTERS)

4 comentários:

  1. Marcellus,a respeito da Rodada de Doha,a matéria e logo abaixo,a apresentação sobre o que é a Rodada de Doha

    http://g1.globo.com/Noticias/Economia_Negocios/0,,MUL702957-9356,00-ACORDO+SOBRE+RODADA+DE+DOHA+E+QUESTAO+DE+HORAS+DIZ+OMC.html

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  2. com o fim da rodada de Doha que seria um sistema novo multilateral de comercio de regras na exportaçao de principalmente alimentos o subistituto seria o sistema bilateral .. muito mais propenso a distorçoes de preços a clientes diferentes e disprestegia a OMC enfraquecendo-a ... mas agora .. esta em andamento algum prosceso para impedir a expeculaçao do preço dos alimentos? seria muito mais facil do que tentar domar a escalada do preço do petroleo que fujiu do controle norte americano por pressao Chinesa e Indiana e de uma nova negociaçao apra diminuiçao de subsidios agricolas por parte de paises desenvolvidos ..
    e segundo a proriferaçao nuclear, os criterios deveriam ser outros ja que o atual exclue nos "inimigos ocidentais" , isto causa um resentimento verdadeiro desses paises .. um controle maior da ONU nao seria o ideal .. permitir mas controlar ?
    e sobre um acordo de emisoes de carbono e outros gazes do efeito estufa ? por quais criterios seriam levados em conta ? os atuais por conta das industrias ou o das queimadas e o proveniente da criaçao de animais entrariam nas contas ? como poderiam ser as pressoes economicas impostas aos paises que nao se adequacem?

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  3. Rogério... vamos lá!!!

    Antes de mais nada, lembre-se que a rodada de Doha é o encontro das nações mais ricas do mundo (G-7 + Rússia) e antes de tudo, prevalece o interesse deles e não o bem de toda a huanidade...
    01. Por enquanto são poucasas medidas tomadas para a redução do preço dos alimentos... por exemplo: os EUA não pararam de produzir etanol de milho e o Lula afirma que o aumento da produção de cana não contribui para a elevação dos preços...
    02. Os países ricos dicutem o fim dos subsídios... discutem... discutem... discutem... discutem.... e medidas concretas são insignificantes...
    03. A discussão sobre a proliferação de armas nucleares deve ter um importante encontro no final deste ano ou início do ano que vem... entretanto, imagina você, se é difícil se discutir e chegar à um consenso sobre alimentos... imagine sobre armas nucleares... a propósito, o "poder" da ONU vem se enfraquecendo há muito tempo...
    04.Quanto às emissões de carbono, depois das reuniões no IPCC (painéis de debates sobre as emissões de carbono feito por cientistas e órgãoes especializados do mundo todo)trouxeram relatórios importantes que a maioria dos países estão analisando a fim de tentarem um padrão de comportamento para todos... mas você acha que os países desenvolvidos aceitarão?...

    Dê uma olhada no link que a Luisa colocou aí em cima...

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